Recordo-me de, nos finais dos anos 1990s, ter participado num curso do Prof. Roberto Carneiro levado a cabo no Instituto dos Estudos Europeus de Macau, então ainda dirigido pela Dra. Maria do Céu Esteves sobre a aldeia global, o mundo actual, os problemas das migrações, mas também os desafios do devir, quanto ao resultado dos casamentos entre muçulmanos e cristãos.
Roberto Carneiro tinha-me levado em Lisboa ao Terràvista, um Forum da Lusofonia, e depois de o frequentar fiquei amigo do João Firmino, o Omar Salgado, amizade que se prolonga até hoje, com conhecimento pessoal há já muito tempo.
Também eu, com a ajuda de um jovem informático, criei um Forum sobre a Lusofonia. Não surtiu efeito, infelizmente, e terminei-o ao fim de um ano.
Depois, nos anos 1990s, participei num Forum americano, sobre armaria branca, habituando-me desde logo à disciplina e comportamento dos participantes. Foi aí que pude cumprir parte dos meus interesses de design através do meu sítio da internet, BLADESIGN. Foi por conhecimentos assim adquiridos no mundo virtual que pude realizar ao fim de 3 anos de trabalho via internet, a maior exposição de sempre de armaria branca do Sudeste Asiático, História do Aço na Ásia Oriental , em que participaram internautas de vários países
Aí a Cidadania Virtual funcionou em pleno, como depois em outros eventos de natureza cultural.
É assim que, da mesma maneira, ainda hoje guardo as Exposições de George Smirnoff e de Luís Demée, Tempo Diluído, cujas exposições comissariei.
É no capítulo da fixação de eventos no tempo, na participação construtiva numa sociedade virtual que entendo as potencialidades de um Forum, que é o que no fundo é o Facebook, mesmo que lhe chamem plataforma.
Os meios de comunicação podem mudar, mas os participantes não o devem fazer.
Desmond Morris publicou "O Macaco Nu", apontando o comportamento competitivo do homem quando dentro de um automóvel e a transformação que nele se opera.
Falta agora um bom livro sobre o comportamento humano no espaço virtual. Algo que lembre às pessoas que devem adequar o seu comportamento virtual ao seu comportamento presencial.
Por isso, quando na actualidade participo no Facebook, procurando dar algumas contribuições, ainda que modestas, trago comigo a noção da Cidadania Virtual, aquela que nos é proporcionada pela internet e por um computador ou um telemóvel. A velocidade com que a tecnologia nos atinge e o consumismo daí gerado trazem-nos verdadeiros dilemas, transformam-nos em códigos de barras. Porém não nos devemos transformar em outros seres nem ter comportamentos grosseiros apenas porque não estamos frente a frente com outras pessoas.
O entendimento que tenho de uma Plataforma como a do Facebook é a de que pode ser uma tribuna para tratar de assuntos maioritariamente sérios, do mundo real. Uma Rede Social é, quanto a mim, um lugar virtual onde se deve exercer uma Cidadania Responsável com a maior urbanidade.
Ainda sou do tempo em que se reflectia e debatia sobre as virtualidades e virtudes da world wide web.
Nessa altura, e ainda hoje, admitia que o nosso melhor vizinho poderia ser alguém que vivesse nos antípodas, que a mítica biblioteca de Alexandria iria ser substituída pelo novo Universo imaterial do sistema binário, e outras concepções, chamemos-lhe que utópicas..
Esta “Aldeia Global” formulada por Marshall McLuhan, exigiria sempre uma disciplina, uma ética comportamental que permitisse que os nossos comportamentos real e virtual fossem iguais, e não alterado a coberto do écran, qual biombo que nos esconde.
Vamos a exemplos: se eu tivesse uma banca de livros e artigos meus ou em segunda mão, de outrem, numa situação real, duvido que algum passante tivesse o descaramento de pegar num e levá-lo consigo.
Contudo no mundo virtual, nomeadamente no Facebook, as pessoas partilham coisas retiradas de outros sem a menor hesitação, desdenhando qualquer forma de cortesia. É aqui que a ética e a verdadeira boa educação se patenteiam.
A realidade virtual permite contudo outros comportamentos que na vida real seriam completamente inadmissíveis. Por outro lado, existe a possibilidade de contacto com amigos verdadeiros há muito separados pela vida, ou o acesso a fotografias antigas de Macau (por exemplo) postadas por coleccionadores como Jon Doo ou Pedro Coloane que desenvolvem um trabalho deveras importante de partilha de fotografias antigas.
Um outro aspecto que se banalizou a um nível nunca antes visto, foi o de amigo. Ninguém tem 300 ou 1000 amigos. Daí o meu espanto quando alguém, pedindo amizade, nada diz, nem agradece o acolhimento. Tudo se passa como se nada tivesse acontecido. É, verdadeiramente, um fenómeno inaudito.
Daí que, numa primeira fase tenha decidido reduzir drasticamente o número de amigos para aproximar a realidade virtual da material.
É que eu acredito na existência possível de uma Cidadania Virtual. Mas não nos moldes comportamentais a que tenho assistido em muitos casos.
E este despretencioso escrito surge exactamente no meu blog URBANIDADES porque para mim, acredito que estas não têm fronteiras.
Saudações virtuais.
Roberto Carneiro tinha-me levado em Lisboa ao Terràvista, um Forum da Lusofonia, e depois de o frequentar fiquei amigo do João Firmino, o Omar Salgado, amizade que se prolonga até hoje, com conhecimento pessoal há já muito tempo.
Também eu, com a ajuda de um jovem informático, criei um Forum sobre a Lusofonia. Não surtiu efeito, infelizmente, e terminei-o ao fim de um ano.
Aí a Cidadania Virtual funcionou em pleno, como depois em outros eventos de natureza cultural.
É assim que, da mesma maneira, ainda hoje guardo as Exposições de George Smirnoff e de Luís Demée, Tempo Diluído, cujas exposições comissariei.
É no capítulo da fixação de eventos no tempo, na participação construtiva numa sociedade virtual que entendo as potencialidades de um Forum, que é o que no fundo é o Facebook, mesmo que lhe chamem plataforma.
Os meios de comunicação podem mudar, mas os participantes não o devem fazer.
Desmond Morris publicou "O Macaco Nu", apontando o comportamento competitivo do homem quando dentro de um automóvel e a transformação que nele se opera.
Falta agora um bom livro sobre o comportamento humano no espaço virtual. Algo que lembre às pessoas que devem adequar o seu comportamento virtual ao seu comportamento presencial.
Por isso, quando na actualidade participo no Facebook, procurando dar algumas contribuições, ainda que modestas, trago comigo a noção da Cidadania Virtual, aquela que nos é proporcionada pela internet e por um computador ou um telemóvel. A velocidade com que a tecnologia nos atinge e o consumismo daí gerado trazem-nos verdadeiros dilemas, transformam-nos em códigos de barras. Porém não nos devemos transformar em outros seres nem ter comportamentos grosseiros apenas porque não estamos frente a frente com outras pessoas.
O entendimento que tenho de uma Plataforma como a do Facebook é a de que pode ser uma tribuna para tratar de assuntos maioritariamente sérios, do mundo real. Uma Rede Social é, quanto a mim, um lugar virtual onde se deve exercer uma Cidadania Responsável com a maior urbanidade.
Ainda sou do tempo em que se reflectia e debatia sobre as virtualidades e virtudes da world wide web.
Nessa altura, e ainda hoje, admitia que o nosso melhor vizinho poderia ser alguém que vivesse nos antípodas, que a mítica biblioteca de Alexandria iria ser substituída pelo novo Universo imaterial do sistema binário, e outras concepções, chamemos-lhe que utópicas..
Esta “Aldeia Global” formulada por Marshall McLuhan, exigiria sempre uma disciplina, uma ética comportamental que permitisse que os nossos comportamentos real e virtual fossem iguais, e não alterado a coberto do écran, qual biombo que nos esconde.
Vamos a exemplos: se eu tivesse uma banca de livros e artigos meus ou em segunda mão, de outrem, numa situação real, duvido que algum passante tivesse o descaramento de pegar num e levá-lo consigo.
Contudo no mundo virtual, nomeadamente no Facebook, as pessoas partilham coisas retiradas de outros sem a menor hesitação, desdenhando qualquer forma de cortesia. É aqui que a ética e a verdadeira boa educação se patenteiam.
A realidade virtual permite contudo outros comportamentos que na vida real seriam completamente inadmissíveis. Por outro lado, existe a possibilidade de contacto com amigos verdadeiros há muito separados pela vida, ou o acesso a fotografias antigas de Macau (por exemplo) postadas por coleccionadores como Jon Doo ou Pedro Coloane que desenvolvem um trabalho deveras importante de partilha de fotografias antigas.
Um outro aspecto que se banalizou a um nível nunca antes visto, foi o de amigo. Ninguém tem 300 ou 1000 amigos. Daí o meu espanto quando alguém, pedindo amizade, nada diz, nem agradece o acolhimento. Tudo se passa como se nada tivesse acontecido. É, verdadeiramente, um fenómeno inaudito.
Daí que, numa primeira fase tenha decidido reduzir drasticamente o número de amigos para aproximar a realidade virtual da material.
É que eu acredito na existência possível de uma Cidadania Virtual. Mas não nos moldes comportamentais a que tenho assistido em muitos casos.
E este despretencioso escrito surge exactamente no meu blog URBANIDADES porque para mim, acredito que estas não têm fronteiras.
Saudações virtuais.